Alunos com medo não aprendem!

Qual é o ambiente na sua sala de aula, no centro de estudos ou em casa, quando é preciso estudar?
O sistema nervoso dá prioridade à informação que recebe do ambiente que o rodeia e dá especial atenção a indicadores que possam representar uma ameaça à sua sobrevivência.
O sistema nervoso dá prioridade à informação que recebe do ambiente que o rodeia e dá especial atenção a indicadores que possam representar uma ameaça à sua sobrevivência
Alguns contextos escolares podem ser assustadores, como responder a uma pergunta perante a turma, errar a resposta a uma questão colocada pelo professor, apresentar um trabalho oral…seriam tantos os exemplos….No topo estão os testes, que deixam muitas crianças paralisadas de medo, a ponto de responderem quase sem pensar apenas para terminar com aquela tarefa o mais rápido possível.
Disciplinas relacionadas com a matemática, são também muito propensas a reações negativas.
Pode parecer estranho, mas a criança sente-se ameaçada, entra em modo de sobrevivência e, nesta altura, o cérebro consome toda a sua energia para se manter a salvo, eliminando a ameaça. Não se trata de uma escolha da criança. Qualquer resposta ao medo despoleta a libertação de hormonas que causam respostas físicas impossíveis de contrariar, como seja contração muscular, aumento do ritmo cardíaco e da pressão sanguínea, dilatação de pupilas, que impede a visão de pormenores aumentando a visão de plano aberto, com vista a procurar caminhos possíveis de fuga.
Neste processo de auto preservação, o cérebro chega mesmo a desligar alguns sistemas que consomem energia e não contribuem para uma eventual defesa, como seja o sistema digestivo e o imunológico.
Onde pode estar o medo: responder a uma pergunta perante a turma, errar a resposta a uma questão colocada pelo professor, apresentar um trabalho oral...
Mas o medo dos testes, será sempre o medo dos testes!
Num cenário de medo, o cérebro foca-se na sobrevivência e chega mesmo a desligar funções que não são prioritárias naquele momento.
Quando a criança se sente ameaçada, as respostas físicas automáticas tornam as aprendizagens não relacionadas com a sobrevivência absolutamente desnecessárias. As emoções negativas relacionadas com estes momentos permanecem na memória e vão replicar a resposta a cada vez que a criança se sinta no mesmo contexto.
É por isso que acontecem "as brancas" nos testes ou a recusa pura e simples para determinadas disciplinas, trabalhos ou tarefas.
Como pode ajudar a melhorar o ambiente de aprendizagem? Utilize a música, o humor e movimento. Uma situação hilariante durante o estudo individual é um momento de descompressão. Se for em contexto de sala de aula pode, também, funcionar como unificador do grupo. Se o grupo está coeso, a possibilidade de aparecimento de ameaças é mais remota. O riso e a diversão libertam hormonas relacionadas com o prazer e associar momentos prazerosos a situações de estudo é a certeza de que aquela matéria será mais facilmente recordada.
Juntar movimento em situação de aprendizagem é dar ao cérebro um boost de oxigénio que vai aumentar a capacidade de concentração e memória. Um recreio cerebral com movimento, também permite ao hipocampo processar a informação em estudo, logo, alcançar melhores resultados.