Exames, sim ou não?

Numa altura em que a realização de exames finais voltou a ter destaque por causa das recentes alterações introduzidas pelo Governo, o tema voltou a dividir opiniões.
Os testes, provas ou exames são a forma mais comum de avaliar o sucesso da aquisição de conhecimentos sobre as matérias escolares. Mas serão a melhor forma?
Existem dois fatores invisíveis, que se refletem, e muito, no resultado, independentemente do grau de preparação dos alunos - são o stress e a ansiedade, e surgem por razões tão simples como não ter à disposição ferramentas com que trabalham habitualmente, por exemplo.
Há disciplinas que necessitam de formulários e, na maior parte dos casos, não podem ser consultados em testes/exames. Contudo, durante as aulas, estão à disposição dos alunos. O mesmo para as máquinas e calcular. Na realidade, em contexto de trabalho, ninguém espera que um trabalhador saiba todas as fórmulas de que eventualmente necessitará para desenvolver a sua atividade. Muito menos haverá impedimentos para o uso de calculadoras. Estes fatores, que parecem simples, podem ser absolutamente ameaçadores para alunos com maior dificuldade em memorizar e, não reflete, necessariamente, falta de trabalho.
Na verdade, em todos os processos de aprendizagem escolar, a avaliação é a parte mais comprometida.
Todos os estudantes têm ritmos e tempos diferentes, por isso, a avaliação deve valorizar os processos, estimular e incentivar o desenvolvimento de habilidades e, até, a utilização de outros caminhos para alcançar a aprendizagem desejada. E, se estes fatores possam ter sido levados em conta ao longo do ano letivo, no momento dos exames não serão, com certeza.
O stress e a ansiedade destes momentos de avaliação dizem ao cérebro que está perante uma ameaça e, de forma automática, toda a energia é canalizada para a sua sobrevivência. Estas emoções negativas vão fixar-se na memória, para garantir a sobrevivência em caso de um novo ataque. Portanto, a resposta continuará a ser replicada sempre que o aluno se sinta no mesmo contexto e com o mesmo nível de ameaça.
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