Jogar é aprender da melhor forma

16-03-2021

Desde a Antiguidade Clássica, com Platão, que os estudiosos referem os benefícios da educação e aprendizagem através de jogos. Fomentar a aprendizagem com recurso a brincadeiras e jogos descontraídos, que podem ser organizados ou não, estimula a capacidade de concentração e raciocínio dos participantes, desenvolve competências em todas as áreas, sejam motoras como a força e a resistência, emocionais como a perceção, empatia e resiliência ou o desenvolvimento de relações sociais, com familiares, amigos ou colegas de escola.
Mas jogar é assim tão benéfico? É! Simplesmente porque utiliza uma característica natural nas crianças: a sua motivação interna para brincar.
Através do jogo é possível treinar e consolidar conceitos sem que os jogadores estejam conscientemente a estudar ou a treinar competências. Dizer a uma criança que vai estudar matemática ou que vai jogar um jogo (mesmo que treine conceitos ou o raciocínio matemático) resultará, necessariamente, numa reação mais entusiasta para a segunda opção.
Quando brincam às lojas, por exemplo, recorrem de forma autónoma à imitação de padrões e comportamentos dos seus pares, que vão sendo interiorizados e consolidados. Quer seja uma brincadeira individual ou de grupo, o contributo de todos os intervenientes ou personagens imaginárias propicia o crescendo da narrativa e representação da vida real.
Em contexto de brincadeira, não há o receio de errar nem de estar a ser avaliado nas suas ações e, por essa razão, são produzidas aprendizagens mais significativas, apesar de descontraídas. Utilizar o jogo e a brincadeira como recurso é potenciar a motivação que todas as crianças têm para brincar e dar à aprendizagem de conteúdos escolares um caráter bem mais satisfatório.
Quando uma tarefa é um desafio há respostas físicas no nosso organismo, como a libertação de dopamina que melhora o processo de atenção e, por consequência, a aprendizagem.
A neuroeducação, uma área do conhecimento que surgiu nos últimos anos e reúne a neurociência, psicologia e educação, defende que o jogo é a única atividade que contém todos os ingredientes poderosos para o cérebro: desafio, superação, recompensa e muita emoção e isto transforma-os numa experiência positiva. Ora, o cérebro é muito focado em repetir experiências positivas, por isso, o jogo acaba por ser um veículo para manter o estado de atenção necessário à realização de aprendizagens mais eficazes.
Que não passem despercebidas as emoções nesta equação, porque elas são fundamentais para o processo de aprendizagem.
Quando o desinteresse resgata o cérebro e a desmotivação se instala, atribui uma identidade negativa às aprendizagens escolares. A atitude para com a escola passa a refletir esta oposição. Esta postura da criança vai despoletar reações nos cuidadores e professores que tentam reverter o caminho. Esta tensão latente ou declarada, provoca stress, que impacta na aprendizagem, e ansiedade que bloqueia os momentos de aprendizagem. Concorre também nesta área o tom de voz do interlocutor, que o cérebro se apressa a catalogar como ameaçador ou não, consoante o caso, e que representa mais um fator de desestabilização.
Pelo contrário, se o cérebro está mais estimulado o seu rendimento e desenvolvimento de capacidades cognitivas é superior. Quando associamos conteúdos académicos aos jogos, seja em casa ou em contexto de sala de aula, estamos a permitir aprendizagens motivadoras e diferenciadas e que respeitam a estrutura mental de cada criança. 

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