Métodos para uma aprendizagem mais eficiente

Na semana passada falámos aqui da pirâmide de aprendizagem de Glasser, segundo a qual, a melhor a forma de retermos mais informação é ensinando e não ouvindo ou lendo.
Nas próximas terças feiras, dia em que publicamos o artigo no blogue, partilhamos alguns métodos que permitem aprender de forma mais eficaz.
Escolha o que melhor se adapta a si.
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Entretanto, tenha em conta estas sugestões para ajudar a manter o foco:
- É importante estudar sempre no mesmo local, para que o cérebro o reconheça e inicie o processo de concentração;
- Mantenha o objetivo do estudo em mente: fazer o TPC, estudar para um teste, treinar para melhorar, fazer um trabalho para apresentar na aula, etc;
- Comece pela matéria em que tem maior dificuldade, porque é aquela que vai exigir mais de si: mais disposição, mais tempo, mais foco;
- Não estude disciplinas idênticas seguidas, por exemplo, história e geografia.
- Estude recorrendo a várias formas de obtenção da informação e não exclusivamente através da leitura. Veja aqui a Pirâmide de Glasser e entenda melhor esta ideia
- Faça pequenos intervalos. Existem várias aplicações que ajudam a gerir os tempos de concentração e pausa. Pessoalmente utilizo a Pomodoro.
Passemos, então, ao primeiro método:
Metodologia Feynmen
O físico teórico americano Richard Feynmen, Nobel da Física em 1965, definiu este método de aprendizagem e dividiu-o em 4 etapas.
1º Definir o tema.
A primeira etapa é escrever no cabeçalho de uma folha o assunto em análise.
Nesta etapa deve, também, escrever tudo o que sabe sobre a matéria. De cada vez que encontrar algum dado novo nas pesquisas deverá ser acrescentado.
Utilize as suas próprias palavras, linguagem simples e ligações fáceis de entender.
Este guião vai servir de base para o segundo passo.
2. Como se estivesse a ensinar uma criança
A sério ou em modo "faz de conta", o segundo passo implica explicar o assunto como se estivesse a ensinar uma criança. A presença da criança a quem explicar não é fundamental, portanto, pode apenas simular. O importante é que explique o assunto de forma fácil e acessível a uma criança.
O foco desta etapa é aferir se já domina a informação o suficiente para que a consiga ensinar a uma criança e não tanto se a criança a consegue, realmente, entender. Imagine que fala sobre a Teoria da Relatividade. É bem possível que uma criança de 10 anos não entenda o que diz, mesmo escolhendo palavras simples e estabelecendo relações lógicas entre as notas que tomou. Contudo, é quando a tenta ensinar que vai ser capaz de identificar eventuais falhas no discurso e, por conseguinte, naquilo que apreendeu. Aqui, está aberta a porta para o terceiro passo.
3. Identifique as falhas
Enquanto explica a matéria a outra pessoa vai aperceber-se das falhas que ainda existem na sua aprendizagem e quais os tópicos que necessitam de mais atenção. Para resolver esta questão deve voltar às fontes de informação (manual escolar, enciclopédia, etc) até que seja capaz de explicar de forma completa aqueles conceitos específicos. Tudo o que aprender nesta nova abordagem, deverá ser acrescentado à folha de notas.
Esta distinção entre aquilo que já está interiorizado, e por isso não precisa de mais estudo, e as áreas que ainda necessitam de atenção é uma excelente forma de definir prioridades naquilo que deve estudar a seguir, otimizando o seu tempo.
4.Revisão
O último passo é rever as suas notas e simplificar ainda mais a linguagem.
Quanto mais utilizar as suas palavras do dia a dia, em detrimento das utilizadas pelos professores ou escritas nos livros, maior é a possibilidade de consolidação da aprendizagem.
As analogias com situações do dia a dia beneficiam o entendimento de algumas matérias, pelo que são bem vindas.
A finalidade é ser capaz de organizar todo o conteúdo como se fosse uma história fluída
Sempre que identificar novas falhas, regresse ao ponto 3.
Esta Técnica também pode ser utilizada pelos professores em contexto de sala de aula. Dividindo a turma em grupos, os que estão mais à vontade com determinada matéria, por exemplo, vão explicá-la a um grupo de alunos, seguindo os passos da Técnica de Feynmen. De seguida, os alunos que acabaram de aprender vão ensinar outros, até que todos tenham aprendido.
O indicador de que a matéria está aprendida é a capacidade de a explicar.