Motivação, o ingrediente secreto

A motivação é um fator determinante em contexto escolar. Os alunos motivados, conseguem esforçar-se mais e canalizam a sua atenção para as tarefas que necessitam de cumprir, sendo capazes de lhes dedicar mais tempo. Para além de participar nas tarefas, tem mais disponibilidade para enfrentar os desafios que vão surgindo, pois procura novos conhecimentos e oportunidades e está envolvido no processo de aprendizagem. A motivação é fundamental para o desempenho escolar, pois é através dela que o aluno consegue encontrar razões para aprender, melhorar e rentabilizar as suas competências.
Aqui ficam 10 sugestões de como pequenas coisas podem fazer toda a diferença na motivação dos alunos, na escola ou em casa.
1. Controlo da situação
A orientação relacionada com o estudo é muito importante para que os objetivos de aprendizagem sejam cumpridos. Mesmo assim, os estudantes devem ter liberdade e algum controlo da sua rotina para que não sintam o trabalho escolar como uma prisão e que não se distanciem do prazer da aprendizagem e dos seus benefícios. Portanto, quando chega a hora das tarefas menos desejadas, o ideal é oferecer a possibilidade de escolha. Por exemplo, se é hábito estudar com música, pode informar qual o trabalho que vai ser feito, deixando ao aluno a possibilidade de escolher se o quer fazer ao som de música ou em silêncio.
2. Definir objetivos
As metas orientam as ações, que são iniciadas pela motivação. Não saber os objetivos dos trabalhos ou matérias é uma das principais fontes de frustração para os estudantes. É importante que tenham consciência que as matérias não são apenas instrumentos de avaliação, mas têm utilidade na sua construção pessoal. Ser capaz de realizar um cálculo mental para conferir o troco quando vai pagar o gelado é uma mais-valia que reduz a possibilidade de ser, inadvertidamente, prejudicado no processo de compra, por exemplo.
Mas atenção, os objetivos devem ser realistas e adequados à especificidade de cada aluno. Se estes fatores não forem considerados há o risco de os alunos paralisarem por medo de fracassar.
3. Sem ameaças
Ninguém consegue aprender através do medo. É importante demonstrar as consequências das escolhas, mas é desadequado procurar controlar os alunos através de ameaças. A definição de limites claros, também aqui, é a melhor solução.
4. Mudar o cenário.
Passeios educativos são uma excelente forma de ajudar os alunos a sentirem-se mais focados. O nosso cérebro recebe muito bem informações novas, principalmente se vierem através de estímulos visuais. Dar uma aula no pátio da escola, estudar num jardim ou fazer uma visita a um local relacionado com a matéria é uma boa forma de despertar o interesse.
5. Não aprendemos todos da mesma forma
Não há apenas uma maneira de aprender, seja qual for a matéria. Para se poderem interessar pelos conteúdos, os alunos necessitam de ser estimulados por eles. E, para isso, é necessário que as experiências educacionais sejam adequadas a cada estudante. Filmes, jogos, conteúdos online ou desafios são boas escolhas para despertar o interesse.
Encontrar o estilo de aprendizagem de cada aluno é o caminho para manter a motivação. Todas as pessoas têm potencialidades e por isso é importante que os talentos individuais de todos possam aparecer ao longo do processo de aprendizagem. Um ensino que se foca em armazenar e decorar matéria anula a curiosidade de todas as crianças e, aos poucos, os "porquês" que motivam a aprendizagem vão dando lugar a um processo estanque de débito de informação.
6. Trabalho em equipa
O trabalho em grupo traz uma forte componente de interação e dinâmica às tarefas. Neste género de abordagens é possível observar como o contributo de cada membro do grupo pode ser diferente do nosso e de como é possível utilizar essa experiência como um recurso no futuro.
7. Reconhecimento
Reconheça o esforço dos alunos. Mais importante do que as notas, é importante valorizar o esforço, caso contrário a frustração e a falta de incentivo vão sobrepor-se e os resultados e as atitudes ressentir-se. Quando quiser reconhecer, descreva aquilo que aconteceu: "estudaste mais, fizeste aqueles exercícios e prestaste mesmo atenção àquela explicação, por isso conseguiste alcançar um melhor resultado". Com esta descrição o aluno revê as suas capacidades, o seu esforço e o percurso que foi necessário até chegar ao resultado, valorizando o seu progresso. Ao comparar os resultados das aprendizagens que o levaram aos bons resultados com outras de resultados inferiores é mais fácil identificar o caminho a seguir, manter o foco e motivação, desenvolvendo o seu sentido de responsabilidade.
A perceção de competência por parte do aluno pode ser afetada no caso de ter dedicado muito esforço à tarefa e o feedback que receba se foque, erradamente, na falta de esforço para justificar o fracasso. É fundamental que os alunos sejam levados a entender que esforço e estratégia pertencem a esta equação e que, apesar de terem dedicado o esforço adequado para realização da tarefa, a estratégia utilizada é que pode ter sido a menos eficaz.
Reconhecer não é oferecer prendas, pois esta ideia de gratificação anula a motivação sempre que um objetivo é atingido e não premiado. O objetivo seguinte será completamente ignorado.
8. Conheça os seus interesses
Conhecer os interesses dos alunos é uma excelente forma de encontrar paralelos para a matéria e incentivá-los de forma mais individualizada.
9. Controlar a ansiedade
Os testes são momentos que provocam ansiedade e medo em muitos alunos, fazendo-os desistir. É importante ajudá-los a lidar com estas emoções e criar uma rotina que os ajude a descontrair em particular nos dias de avaliação, como por exemplo, exercícios de respiração.
10. Estratégias para ajudar
Vários estudos identificam algumas estratégias utilizadas pelos professores como sendo as que apresentam melhores resultados na motivação dos alunos, entre eles:
- disponibilizar-se para ajudar;
- realização de ações educativas em ambiente de cooperação que visam o crescimento pessoal do aluno;
- promover atividades de aprendizagem agradáveis para os alunos, desafiantes, mas com o nível adequado de complexidade;
- avaliações que fomentem a melhoria do desempenho dos alunos;
- reforço positivo com foco na competência e desempenho, incentivando o esforço e a utilização adequada de estratégias de aprendizagem.