Quando é que já aprendemos a matéria?

Os testes são a forma mais comum de avaliar o sucesso da aquisição de conhecimentos sobre as matérias escolares. Mas serão a melhor forma?
Quase todos os alunos se sentem stressados em dia de teste, mesmo que estejam bem preparados e, em regra, isso reflete-se no resultado.
Nos processos de aprendizagem, a avaliação é a parte mais comprometida, precisamente por ser difícil, stressante e desafiante.
Todos os estudantes têm ritmos e tempos diferentes, por isso, a avaliação deve valorizar os processos, estimular e incentivar o desenvolvimento de habilidades e, até, outros caminhos para alcançar a aprendizagem desejada.
A relação com o professor e o clima da sala de aula é um dos principais fatores que deve ser considerado. O cérebro, à mínima sensação de ameaça, entra em modo sobrevivência e começa a canalizar toda a sua energia para a autopreservação. Esta resposta ao medo despoleta a libertação de hormonas que causam reações físicas impossíveis de controlar: contração muscular, aumento do ritmo cardíaco e pressão sanguínea, dilatação das pupilas, que impede a visão de pormenores, aumentando a visão de plano aberto. O objetivo é procurar o caminho de fuga.
Se a criança se sente ameaçada, o seu cérebro não vai consumir energia em absolutamente mais nada que não a sobrevivência. Por isso, neste quadro, é natural que o cérebro não dê qualquer valor a questões que se prendam com a aprendizagem. Estas emoções negativas, no entanto, vão permanecer na memória, para garantir a sobrevivência em caso de um novo ataque. Portanto, a resposta continuará a ser replicada sempre que o aluno se sinta no mesmo contexto e com o mesmo nível de ameaça.
Existem, no entanto, outras formas que permitem, igualmente, avaliar o grau de aquisição de conhecimentos:
O conhecimento é efetivo quando:
- somos capazes de explicar com as nossas palavras e dar exemplos;
- somos capazes de ensinar esse conhecimento a outros;
- conseguimos colocar questões relacionadas com o tema;
- utilizamos esse conhecimento para criar algo novo ou resolver um problema;
- relacionamos esse conhecimento com a nossa própria vida;
- ligamos esse conhecimento a outros que já tínhamos;
- somos capazes de demonstrar a importância da informação e estabelecer ligações pessoais;
- conseguimos representar a informação de uma forma diferente da que aprendemos.